sexta-feira, 26 de abril de 2013

Obrigado a....

Viajar sempre é e sempre será muito bom pra mim, mas voltar pra casa também tem o seu valor, é muito bom rever amigos, família, todos que fazem parte da minha vida e que me dão um motivo pra sempre voltar pra casa.

Ricardo Stark, obrigado pela ideia do blog, pela primeira vez consegui passar um pouco de uma viagem a conhecidos e desconhecidos e se algum deles sentiu vontade de viajar, ja  terá valido a apena.

Obrigado a todos que deixaram comentários no blog, face, mensagens de celular, a todos que apoiaram e sempre apoiam como André Konopkinas, (valeu parceiro, quem sabe numa proxima não vamos pedalar até ushuaia..rs)

Valeu Everaldo pela carona e pelas conversas..rs, Valeu Josué pelo apoio "logistico"....rs, valeu kilson por acompanhar e se preocupar, valeu kojak do camping pela ajuda na serra de peruibe, valeu henrique, marcio paty e familia por me receber mais uma vez, valeu Sr.Valmir pelo churrasco gaucho..rs, valeu Sr. que deu uma grana na estrada..rs, valeu a todas as senhoras de beira de estrada que me deram agua gelada, valeu Walnei por sempre acompanha e compartilhar os post, valeu capitão Juca por me "empurrar" pra frente, enfim, a todos amigos e amigas e desconhecidos que de alguma forma torceram por mim...e como diria o gaguinho, por enquanto é só, pessoal...


Blog dedicado a: Ademilton Batista *1970 +2011

48º Dia: O ultimo e mais perigoso "pedal" da viagem ( 35 km)

Enfim, chegamos em SP as 8:00 da manha. Montei a neguinha na rodoviaria do Tiete mesmo e saí pra encarar o ultimo e mais perigoso pedal da viagem, encarar o transito de São Paulo de bicicleta.

                                         ( Neguinha enfrentando o caos de São Paulo)

Voltei pela Av. dos Estados, o que foi um "chá de realidade", uma adaptação intensiva ao meu mundo, bem, não ao meu mundo mas ao mundo que passo a maioria do meu tempo. Como ja disse meu mundo é e precisa ser cada vez bem maior do que a distancia entre minha casa e meu trabalho.

( Mercadão SP)

(Enfim...em casa)



47º Dia: O começo da volta

Voltar pelo Brasil também tinha uma vantagem, eu conseguiria ver boa parte de todo caminho que tinha feito. Claro que não dormi bem, fico ansioso quando preciso acordar cedo por algum motivo, mas cheguei a rodoviaria 5:30, deu tempo de preparar a neguinha pra viagem e saímos as 6:00 em ponto.

                                         ( Neguinha pronta pra viagem)


 Dei sorte, ninguém comprou o lugar ao lado do meu, geralmente gosto de companhias mas dessa vez não queria muito papo...sei la...sei la...Foi bom, voltei admirando novamente tudo que tive a oportunidade de ver pelo caminho, lembrando de historias e lugares...

                                         (Por do sol na serra catarinense)

                                          ( Voltando pra casa...)

46º Dia: Descendo as cataratas num barril..

Hoje seria o dia da travessia Brasil/Argentina, pois bem, acordei ja decidido que havia chegada a hora de voltar pra casa e tinha duas opções: sair do lado Argentino onde a empresa Crucero del Norte tem uma linha direto a SP e os onibus são muito mais confortaveis que os nossos do brasil ou sair da rodoviaria de uruguaiana mesmo em um onibus convencional.


Claro que queria sair do lado argentino mas isso implica em atravessar a ponte, o que é comparável a descer as cataratas num barril, você pode até tentar mas conseguir é outra historia..rs, portanto, vamos la.

Acordei, tomei cafe arrumei a neguinha e fui pra la, dei uma de louco e entrei na ponte como quem não sabia de nada, são 1,5 km até o lado argentino. Quando faltavam 200 metros dois soldados me pararam, pediram passaporte, algumas perguntas e enfim.....mandaram eu voltar...rs. Sem chance, tentei argumentar que faltava pouco e bla bla bla mas sem chance. " Pero ahora, qué necesito hacer para cruzar el puente? Usted necesita encontrar una caminhoneta para cruzar la bicicleta". Bem, paciencia, vamos buscar uma "caminhoneta" pra me fazer esse carreto.

                                                   ( Bem vindo em casa..rs)

Depois de voltar pro Brasil me ocorreu uma coisa, se eles são tão rígidos é melhor eu procurar a nota da minha bicicleta, bem, não era bem uma nota, era mais um cupom fiscal mas que eu esperava que funcionasse. Procurei..procurei, na carteira, dentro do passaporte, bolsas, revirei tudo e nada. Aff, pra piorar ou havia perdido ou tinha ficado em casa. Me ocorreu outra coisa, mesmo que eu encontrasse o cupom, se eu pegasse uma "caminhoneta" pra me atravessar, o cara não iria ficar la esperando pra ver se meus tramites teriam dado certo e voltaria pela ponte pro Brasil, e se eles não aceitassem o cupom como nota da bicicleta eu estaria preso na fronteira sem poder entrar na argentina nem voltar pro Brasil de bicicleta pela ponte. Passaria o resto da minha vida morando na fronteira...rsssss. Brincadeira, o fato é que não achei o cupom.

Tudo isso seria facilmente resolvido se eu tivesse grana pra continuar a viagem, conseguiria uma nota em uma bicicletaria, contrataria um carreto, enfim me empenhava, mas a decisão de voltar ja estava tomada e como eu tinha a opção de sair de Uruguaiana resolvi não ficar passando raiva com papeladas e fui pra rodoviaria do lado brasileiro mesmo. Comprei passagem pro outro dia as 6:00 h

45º Dia: Come e dorme

Ha se toda segunda feira fosse assim, só no "come e dorme"...rs...não, não foi só isso. Hoje a cidade volta ao normal, o comercio abre e eu tenho que resolver algumas coisas. Primeiro foi onde almoçar..rs, depois trocar o real por peso argentino o que na fronteira sai bem mais em conta, paguei 0,29 centavos em cada peso. Depois uma lan pra atualizar o blog e mais vinho a noite...rs




segunda-feira, 22 de abril de 2013

44° Dia: Argentina / Brasil

Domingo, domingo dia 21/04/13, depois de 43 dias cheguei na Argentina. Uma mistura de sensações toma conta agora. A vontade de continuar e´ imensa, sinto que o corpo aguenta e o incentivo dos amigos e´ como combustível pra continuar. Chego no meu " limite" com a sensação que posso ir muito mais longe. Porem, haaa o porem..depois de uma visitinha ao banco vi que a coisa vai ser difícil.



Bem, como disse hoje e´ domingo e não vou conseguir resolver muita coisa hoje pois quase tudo esta fechado. Mas resolvi ir ate a ponte internacional, passar a fronteira e ir ate Paso de Los Libres ja na Argentina. Fui caminhando até o começo da ponte e entrei nela caminhando, achei estranho uma ponte tão comprida com uma calçada que mal cabe uma pessoa e nenhum movimento de pedestres...bem, é domingo, vai ver que é isso.

                                          ( Lado Brasileiro da ponte internacional)

 No meio da ponte, ja no lado Argentino do rio começa a aparecer placas "proibido pedestres e bicicletas", puts...mas no meio da ponte? bem, voltar não vou, continuei. Isso não me surpreendeu muito pois em todas as fronteiras que ja passei do Brasil nunca fui parado por ninguém nem pra entrar nem pra sair. Até a Bolívia é muito mais organizada nesse sentido que o Brasil.

(Desafio: Atravessar com a bike sem o exercito argentino mandar eu voltar)

Fui até Paso de Los Livres, vi alguns lugares pra ficar, dei uma volta na cidade e voltei pra uruguaiana, dessa vez num Remis (Taxi) de uma senhora que ficou surpresa por eu atravessar a ponte a pé e isso me preocupou, vou precisar atravessa-la de bicicleta e acho que não terei a mesma sorte de não ser parado.


                                                   ( Enfim...Argentina)

Ja a tardezinha e a noite fui surpreendido pela praça mais movimentada e uma das mais bonitas que ja vi, incluindo a de Cuzco no Peru. parece que toda a cidade vem pra cá e não é pouca gente, jovens, senhores, cachorro, tudo misturado mas todos com um chimarrão do lado (não, os cachorros não).

( Imperdível domingo em Uruguaiana)



No meio da praça dois bares alimentam a fome e a sede desse povo inclusive a minha claro.Olha, são 1500 km de SP a Uruguaiana, mas acho que compensa vir até aqui sentir esse clima de cidade pequena numa cidade grande.



Uma coisa e´ certa, agradeço todos os dias por ter a oportunidade de ver e viver tantos "mundos" distintos.

43° Dia: O dia mais comprido (110 km)

Apesar de ser quase todo reto, esse trecho foi um dos mais difíceis de se fazer. O vento contra resolveu voltar pra me empurrar pra trás de novo.

Sai as 8 da manha, precisava abastecer as reservas de água. Consigo levar comigo ate 3 litros de água que vou dosando conforme a distancia entre as cidades.

Acho curioso a cara das vacas que pastam perto da pista quando eu passo. Todas erguem a cabeça meio assustadas e ficam me olhando ate eu sumir. Imagino que devam pensar " mas que diacho e´ isso ai passando na estrada?"

( Curiosidade bovina)

Minha perna começou a doer logo nos primeiros 10 km, isso e´ um pouco desanimador mas logo pensei que depois do sangue esquentar eu já não sentiria mais isso, como um carro velho que funciona bem depois de aquecido..rs.

Meio dia e eu tinha feito metade do caminho, meio dia e eu tinha comido alem do cafe da manha apenas duas bananas. Parei em um posto de gasolina ( sorte encontrar um) mas almoçar nem pensar, ainda não fiz isso mas tenho a impressão que se encher o bucho no almoço não saio mais do lugar. Comi um pastel de carne apenas e um gatorade.

( Neguinha na barragem)

80 km e eu ja estava começando a me arrastar quando..quando?... rss...ai ai, quando me fura outro pneu, dessa vez e pela primeira vez foi o da frente, menos mal. Vinte minutos e problema resolvido. To aperfeiçoando esse reparo..rs.

100 km e eu ja não pensava direito, o que começa a ficar perigoso. Não se olha mais pra trás para ver se vem caminhão ou carro como se deveria. Eu os escuto mas começo a confiar que ele vão desviar e nem olho pra trás, um erro muito grande. Parei pra descansar um pouco.

Todo sonho ou projeto e´ construído com 20% de inspiração e 80% de transpiração. Eu suo tanto nas pedaladas que o sal do suor fica na camisa como da pra ver na foto. Toda parte branca e´ sal puro.

( O branco é sal do suor..)